domingo, 29 de março de 2009

Em Busca de... PT 2

Sabendo Que Posso Morrer
Matanza


Não deveria fazer o que eu faço

Passar o que eu passo, beber o que Eu bebo
Não deveria dizer o que eu digo
Vivendo em perigo, o que é que eu Recebo?

Coisas que eu faço sabendo que Eu posso morrer
Coisas que eu faço na hora em que Eu penso em você

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Em Busca de... PT 2

13h15min Estava saindo, depois de acordar e tomar um banho rápido, quando ao passar pela área de convivência da pousada que dava acesso à saída viu Carla sentada em um dos bancos. Cumprimentou a garota e fez menção de sair.

Carla_ Ei... aonde vai? Não vai me convidar pra te acompanhar hoje? Ou prefere ir sozinho?

Carlos_ Bem, eu não queria incomodá-la, mas se tiver desocupada vamos, quero comer algo antes de qualquer coisa.

Saíram, comeram num lugar simples, mas com uma comida muito boa. De lá Carlos disse que queria ir pra uma praia, pois logo mais seu time do coração ia jogar, Carlos via cada vez mais o quanto aquele lugar era belo, e a cada nova descoberta sobre o local imaginava um dia levar Ângela pra lá e como seriam melhores com ela ali, como aqueles lugares teriam cores e sentidos diferentes.

Carla_ você ainda está mal do que me disse ontem não é?

Carlos_ Bem se fosse algo simples de se lidar eu não teria vindo até aqui pra tentar...

E um silêncio se fez entre os dois, só depois que falou, Carlos percebeu que fora grosseiro com a garota, ficou sem graça afinal a garota parece entendê-lo, ou pelo menos tentava.

Carlos_ Desculpe...

Carla_ Não tem problema.

Carla_ Você é um cara fantástico sabia? Do tipo que vai fazer qualquer mulher muito feliz, andei pensando em tudo o que me disse ontem, se importa se eu fizer alguns comentários?

Por algum motivo Carlos sabia que a garota ia dizer coisas que ele não gostaria de ouvir, mas decidiu aceitar.

Carlos_ Vá em frente.

Carla_ Eu não conheço essa garota por quem você está apaixonado, mas sou mulher, algumas coisas só nós mulheres sentimos, e pra mim uma coisa é clara, de alguma forma ela ainda gosta de você, afinal se fosse diferente ela não teria essa preocupação toda que você me contou, mas por outro lado imagine que nós mulheres somos como rosas, se você poda uma rosa das mais belas pra deixar dentro de um copo na sua casa por mais que você olhe pra ela a beleza dela não é a mesma longe das demais, assim somos nós mulheres quando amamos, se todos os sentidos não estiverem numa mesma vibração à coisa não é a mesma.

Carlos ouvia atentamente.

Carla_ Longe de mim querer tirar suas esperanças, mas isso de longe me parece uma forma eufêmica dela de dizer que nada mais vai acontecer entre vocês e você já fez todas as loucuras que podia ser feitas pra mostrar pra ela que gosta dela de verdade mas você esqueceu o principal... Esqueceu de você

Carlos_ Como assim? – Neste momento Carlos tinha os olhos úmidos, estas últimas coisas que a garota dissera bateram forte sem eu peito.

Carla_ Já se colocou no lugar da guria? Imagine-se finalmente tendo em seus braços alguém que você lutou pra ter depois de muitos anos, e quando isso acontecesse aquela chama não arde... E enquanto você tenta procurar por aquela chama você vê que a pessoa esta completamente transtornada... Você teria tranqüilidade?

Carla_ Me da licença um minuto que tem umas amigas ali do lado, já volto.

Ela estava certa, todos estavam certos, mais uma vez percebeu o óbvio, ele era o errado. Carlos aproveitou que a garota havia encontrado algumas pessoas que ela conhecia e havia se afastado e começo a andar em direção a beira do mar, encosto-se numa mureta e ficou ali digerindo o que a garota havia dito. Após alguns minutos ali começou a chover, uma chuva forte, mas mesmo assim não fez menção em sair, continuou ali a pensar e lembrou-se de uma música que lhe era tão especial.

_ Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great high
From a great high...high...

Carla_ EI! VAMOS VOLTAR PRA LÁ, NÃO FIQUE NA CHUVA.

Carlos_ Pode ir está bom aqui.

Carla_ Mas você não entende mesmo não é? Então também vou ficar aqui...

Carlos começou a pensar, por que aquela guria se importava tanto com ele? Mal o conhecia, resolveu sair de lá para que a garota não se molhasse tanto.

Carlos_ Me responda uma coisa, porque se importa tanto comigo?

Carla_ Deixa eu te explicar uma coisa, eu até hoje na minha vida quis encontrar um cara que fizesse por mim todas essas coisas que você está fazendo por esta guria, então acho que se eu ajudar você com ela, o dia que o meu aparecer alguém vai me ajudar. Mas você precisa entender uma coisa, você tem duas maneiras de ser feliz: com ela ou sem ela, se escolher sem ela, vai ter que lutar contra seus sentimentos até que eles brotem por outra pessoa, mas se escolher ser feliz com ela precisa parar de agir como se o mundo fosse acabar amanhã, vocês homens são muito fracos pra lidar com sentimentos, você não percebeu que cada dia que passa está se obrigando a entrar em depressão? Mais do que já está? Acorde homem, se você a quer de volta mostre o que você tem de bom, aquilo que a conquistou da primeira vez, faça com que ela sinta falta disso e não faça sentir pena de você, se ela tiver pena de você ai sim vai ver que não é esse homem por quem ela se apaixonou. Acorde, você está se trancando num canto escuro e não vai ver quando a oportunidade passar diante de você. Eu venho tentando te dizer isso hoje o dia inteiro de maneiras mais sutis, desculpe pela grosseria, mas você precisa entender isso, pro bem de vocês dois.

Carlos desabara novamente. Como uma garota que não o conhecia, podia ler tão bem uma pessoa? Cada palavra dela o atingira como um cometa, ela tinha razão.

Carla_ Bom combinei com aquelas minhas amigas de ir num lugar bem bacana hoje a noite, vai te fazer bem, esteja pronto na pousada umas 21h30min que eu te levo.

Carlos_
Não sei se é uma boa idéia...

Carla_ MEU DEUS, VOCÊ NÂO ENTENDEU NADA DO QUE EU FALEI NÃO É MESMO? VOCÊ É TEIMOSO COMO UMA MULA. ESTÁ BEM, SE COLOQUE EM DEPRESSÃO, FUJA PRA LONGE E O MÁXIMO QUE VAI CONSEGUIR É PERDÊ-LA, PORQUE NÃO SE MATA LOGO. PASSAREI POR LÁ NA HORA MARCADA SE QUISER IR ÓTIMO, SE NÃO QUISER AZAR O SEU.

A garota saiu, estava nervosa, e Carlos estava espantado, a garota gritou com ele, aquilo foi inesperado, mas ela tinha razão, Carlos mais uma vez viu o quanto era fraco, como Ângela conseguiu suportar tudo aquilo...

21h30min Carlos estava pronto e sentado em um dos bancos na pousada, não tinha vontade de sair, mas precisava de novos ares. A garota entra e quando vê Carlos abre um sorriso.

Carla_ Eu sabia que não me decepcionaria.

Chegaram ao dito lugar, era uma praia afastada com algumas mesas na areia, havia muita gente ali, a música não agradava, reggae de longe não era seu estilo preferido, mas estava ali e não ia desistir. Assim que chegou cumprimentou as cinco garotas que já estavam lá, sentou-se e começou a conversar, reparou que freqüentemente Carla estava observando-o e aquilo de certa forma incomodava mas conforme o tempo foi passando e a bebida colaborou, passou a se enturmar entre o grupo, arriscava algumas piadas ria de outras, aqueles estavam sendo momentos agradáveis.

Carla_ Fico feliz que resolveu lutar está fazendo o certo... Amanhã antes de você ir embora gostaria de conversar com você.

Carlos acenou afirmativamente com a cabeça e continuou aproveitando o momento, não podia negar estava se divertindo, mais ao fim da noite já abatido pelo álcool consumido em dose cavalar estava conversando com uma das garotas amigas de Carla, e conforme a conversa foi avançando percebeu nela uma intenção além de conversar, começou a ser evasivo até o momento em que pediu licença e foi ate há alguns metros do mar e olhando as estrelas. Algumas coisas começavam a fazer sentido, precisava reconquistar sua Ângela e pra isso precisava ser o que estava sendo naquele momento, espontâneo. Talvez naquele momento sua viagem tivesse valido a pena, se sentiu esperançoso, mas ao mesmo tempo tinha medo dessa esperança se tornar uma nova decepção. Não importa, as estrelas eram testemunhas de que naquele momento a esperança retornara aquele pobre infeliz.

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